a infância que eu tive - parte I - criação .~*

Post Especial: Semana da Criança
Parte I  -  A criação que eu tive

E quem não tem vontade de voltar aos tempos de criança? Eu sinto. E muita! Tive uma infância invejável. Com direito a morar com os avós e muitas brincadeiras na rua. Horas e horas entre amigos verdadeiros que conservo até hoje. Foi realmente incrível. E dá muita saudade sempre que relembro tudo que vivi. 

Resolvi fazer esse post em três partes, porque senão iria ficar imenso! Nesta primeira vou falar sobre como foi minha criação. Como foi (e é até hoje) minha experiência de ser "menina criada com a vó". rs Pegue um café! Iremos viajar lá pro Vale do Jequitinhonha!!

Família: onde minha história começa

Minha infância quase toda foi vivida em Felício dos Santos, uma pequena cidade do Vale do Jequitinhonha, há 74 km, aproximadamente, de Diamantina, Minas Gerais. Tenho muito orgulho de ter crescido lá, de ter conhecido pessoas de valor inestimável na minha vida durante esse período, pessoas com as quais mantenho contato até hoje e que reencontro sempre que possível.

Cresci na casa das meus avós. Meu pai foi morar ao lado de Deus quando eu tinha apenas um mês de vida, então, minha mãe voltou para casa dos pais comigo e meu irmão mais velho, que na época tinha onze meses. 

Morar com os avós é a coisa mais perfeita do mundo! Casa de vó é sempre cheia. De gente, de sorrisos, de alegria, de brigas entre as crianças, de vez em quando, claro. Mas, acima de tudo, casa de vó é cheia de vida! Na minha época de criança, a crise financeira que meus avós enfrentaram, da qual eu só fiquei sabendo quando adulta, já havia passado, então com meu avô não existia "miséria". Por ele ter passado dificuldades na sua infância, inclusive ter passado fome, tudo na casa deles era em exagero. Pães, doces, queijos, frutas. Tudo ali era em grande quantidade, porque ele não queria de forma alguma que seus filhos sofressem o que ele havia sofrido. Mas ele, é claro, jamais tolerava o desperdício. Sempre ensinou aos seus filhos e a nós, netos, o valor das coisas. Trabalhador, honesto e sempre honrado para com todos, meu avô foi um homem exemplar. Um grande homem: Seu Filim! <3


Minha avó também era só amor! Minha anja, como eu a chamo até hoje, sempre nos ensinou a andar no caminho certo da vida, a ajudar ao próximo, porque, desta forma, Deus nos recompensa. É um exemplo para qualquer mulher. Sua sabedoria e experiência de vida a tornaram uma mulher forte e exemplar!

Morar com meus avós talvez tenha sido um dos maiores presentes que Deus já me deu nessa vida! Com minha mãe, eram dez irmãos, e alguns destes moraram com a gente durante toda minha infância e foram fundamentais na minha vida. Meus tios foram mães e pais a todo momento. Sempre contribuíram para que nada nunca nos faltasse, financeira e emocionalmente. E serei eternamente grata a eles por tudo que fizeram e fazem por mim e por meus irmãos. 

Além dos tios, morando na casa dos avós é lindo que a gente ganha também vários outros irmãos! Primos que são criados com a gente e que tornam a vida sempre mais doce! Tem horas que fico aqui pensando naqueles tempos, a casa cheia de crianças, como é que esses adultos aguentavam, meu Deus!? hahaha Coitados! Eu, em particular, nunca fui uma criança muito "fácil". Minhas pirraças são lembradas até hoje por pessoas que me conheciam na época. Ainda bem que a memória da gente é seletiva e nos faz esquecer essas coisas. Inclusive às vezes até acho que eles exageram nas historias de terror onde eu era a protagonista. Dá até medo! hahaha

Tive uma criação rígida, porém com muito amor e mimo. Eu não podia brincar na casa dos vizinhos, não podia dormir na casa das amigas, mas podia brincar com os amigos lá em casa e minhas amigas também podiam dormir na minha casa. Voltando ao assunto, sim, sempre fui muito mimada. Criada no toddy! hahaha Por minha mãe, minhas tias, meus avós. Mas todo carinho que recebia, vinha sempre acompanhado de limites. Lá em casa sempre fomos ensinados a respeitar as pessoas, essencialmente as mais velhas, e a ser solidários, até porque, quem ama cuida e EDUCA! E nós, graças a Deus, sempre fomos muito amados!

Queijo, requeijão, bolo de fubá, biscoito de goma, pão de queijo, paçoca de carne de sol, doce de leite feito na hora. Essas são coisas que só quem viveu na roça sabe apreciar de verdade. Até hoje a gente preserva essa tradição: reunião de família e muita comilança! Sempre que nos reunimos e comemos algumas dessas delícias, nos lembramos dos bons tempos que passamos em Felício dos Santos. É só nostalgia!




 

Jamais vou me esquecer do dia em que eu, meu irmão e dois primos fizemos uma competição de quem comia mais pequi. Pra quem não sabe o que é pequi, é essa frutinha aí da foto ao lado, nativa do cerrado brasileiro e com um sabor um tanto peculiar. Com o pequi não tem meio termo: ou você ama ou odeia. E eu amava, até aquele dia. Dele nos alimentamos somente com uma "raspinha" que tem por fora, porque essa arte marronzinha são espinhos, que, se grudam na língua, SOCORRO! Pois bem, este dia venci a competição com o número total de 29 pequis devorados! Resultado: uma diarreia absurda e a aversão total do fruto que tenho até hoje, não aguento nem o cheiro.

Lá em casa, em Felício dos Santos, tinha um quintal imenso, com várias árvores frutíferas. Jabuticaba, laranja, banana, ameixa (daquelas amarelinhas), abacate, mexerica, manga e outras tantas! Felicidade de verdade é comer a fruta apanhada ali na hora. Competições dos vários tipos também rolavam naqueles pés de jabuticaba, as guerrinhas de casca de jabuticaba eram clássicas e não entendo até hoje como ninguém, graças a Deus, nunca quebrou um braço, perna, pescoço, porque os tombos do alto a árvore eram feios! rs





Outras frutas que também remetem à minha infância são jambo e panã. Algumas pessoas conhecem a panã como articum ou araticum, depende da região. Essas são duas das minhas frutas preferidas e sempre que como, sinto o gostinho da nostalgia!

Enfim, minha infância, acredito, não poderia ter sido melhor! Tive tudo de que precisei para ser uma criança feliz. Até aparelho ortodôntico de mentira eu usei. rs Sério. Logo que surgiu "a moda" dos aparelhos foi aquela febre nas escolas, todo mundo usava, pelo menos todo mundo que precisava usar né. Eu não me enquadrava no grupo, mas era louca para usar e duas de minhas tias, que trabalhavam em um consultório odontológico, pediram à dentista que fizesse um para mim, um de mentira, frouxinho. 

Pois bem, fui ao consultório, a dentista fez a consulta de mentira, fiz o molde, tudo como manda o figurino, e, alguns dias depois meu aparelho foi entregue, daqueles móveis e incômodos, mas para mim era puro luxo! A dentista me passou todo o cuidado que eu deveria ter, todas as recomendações para conservação do aparelho, etc. Usei por dois meses, todos os dias, na escola, para brincar, na igreja. Tirava e guardava na caixinha toda hora de comer. E então ele quebrou. E a dentista me disse que eu não precisava mais usar porque meus dentes já estavam certinhos! Que felicidade! Porque eu não aguentava mais. hahaha 

O mais engraçado dessa história toda é que eu só fiquei sabendo que era de mentira o aparelho quando eu tinha uns 18,19 anos de idade, quando a gente tava conversando sobre quem aqui em casa já havia usado aparelho ortodôntico. Jurava que era invenção delas, que usei sim um de verdade, mas depois descobri que isso era apenas mais uma prova de amor que eu havia recebido delas, que sempre fizeram de tudo por mim. Agora me fala, existe uma família melhor que essa? Eu duvido! rs

Ai que saudade que me deu agora! Eu poderia ficar aqui contando mil histórias como esta, mas não vou deixar esse post gigantesco mais do que já está. rs É tão lindo poder relembrar isso tudo e só ter coisas boas pra postar aqui! Tive uma infância que daria um filme! Nos próximos posts irei falar sobre minhas amizades e sobre os brinquedos que mais marcaram minha infância. E já estou ansiosa por isso! 

beijos, beijos  

7 comentários

  1. Ameiii e mais uma vez pude viajar no tempo com vc amiga, são tantas histórias, seu avô e sua avó são exemplos em todos os quesitos, e ter crescido em Felício dos Santos, realmente foi um privilégio, ansiosa pela Segunda paste .

    ResponderExcluir
  2. Ameiii e mais uma vez pude viajar no tempo com vc amiga, são tantas histórias, seu avô e sua avó são exemplos em todos os quesitos, e ter crescido em Felício dos Santos, realmente foi um privilégio, ansiosa pela Segunda paste .

    ResponderExcluir
  3. Oi
    eu gostei do seu poste, a sua infância parece que foi boe e em uma familia amora, casa dos avós é sempre cheia mesmo, eu não morei na mesma casa que eles, mas morava bem perto e depois virei vizinha e era cheio, cresci junto com os meus primos e minha irmã mais novas já que era tudo um perto do outro a idade.

    momentocrivelli.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Que lembranças maravilhosas!
    Hoje em dia é tão raro crescer em uma família tão unida... isso é um privilégio!
    Adorei as suas histórias e estarei aguardando as próximas partes. ;)

    Beijos!
    Blog: *** Caos ***

    ResponderExcluir
  5. Olá, Kelly.
    Que legal conhecer um pouco da sua história. Essa de usar aparelho sem precisar foi muito engraçado. O que eles não fazem pela gente né? hehe. Infelizmente não convivi com meus avós. Eu só conheci uma avó e só via ela duas vezes.

    Blog Prefácio

    ResponderExcluir
  6. Oie
    Que lindo post, pura nostalgia. Adorei conhecer um pouquinho mais de você!! Adorei as fotos.

    Beijinhos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Linda! Que coisa mais bela, sinto uma nostalgia gigante da infância, tenho um caderninho cheio de pequenas memórias dela!

    Ficaria muito feliz se pudesse fazer a resenha do meu livro, nosso seria um apoio maravilhoso. Espero que goste quando ler, é uma histórias simples e mágica, escrita com muito carinho.

    Minha gratidão Kelly, estou curtindo sua página no face!

    Beijos!

    ResponderExcluir

Olá, queridos! Muito obrigada pela visita!

Seu comentário será sempre retribuído, desde que ele não seja ofensivo ou contenha apenas propaganda. Não custa ler a postagem antes de dar sua opinião, custa? Se custar, me fale o preço e eu vou analisar bem se sua visita vale o que você tá pedindo. rs

No mais é isso, me sigam e eu sigo de volta. ^^

beijos, beijos

Topo